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14 dicas para observar antes de entrar num grupo espiritual

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Buscadoras muitas vezes se entusiasmam com grupos com quem têm afinidades e não percebem que nem tudo são flores ali. Estamos vendo tantos casos de abusos que achei uteis as dicas de uma buscadora sobre como se prevenir de um grupo abusivo por sinais mais sutis.  Ela se refere mais aos místico/espiritualistas, mas podemos usar o mesmo critério para grupos de qualquer natureza.

“Não há uma pessoa no mundo, mesmo em grupos místicos e religiosos que esteja acima das outras e ilesa de cometer erros graves, incluindo aqui os líderes espirituais e religiosos. É importante confiar no grupo que você escolheu e isso não te impede de olhar criteriosamente e sempre a postura de todos os envolvidos nessa prática. Eu pesquiso essas iniciativas há muitos anos e gosto de observar:

1 – a postura dentro e fora do templo/igreja/ritual, se os envolvidos se colocam como diferenciados do resto do mundo (isso não é incomum);

2 – de onde vêm os recursos humanos e principalmente os financeiros que mantém as estruturas funcionando (seguir o dinheiro sempre te leva a alguma verdade fundamental);

3 – se o grupo comporta pessoas com pensamentos divergentes;

4 – se há diversidade de raça, orientação sexual, gênero (incluindo aqui tarefas diferenciadas por gênero e quais são – já participei de rituais indígenas que separam tarefas por gênero mas essa divisão não diminui nem subjuga um gênero a outro, em outros grupos já vivenciei a opressão através de tarefas piores/degradantes para determinado gênero);

5 – como o grupo se refere aos dissidentes e as pessoas que já saíram;

6 – quais são as exigências para entrar no grupo e se ele permite que pessoas saiam livremente (alguns grupos ameaçam com “castigos divinos” quem deixa de frequentar alguma prática);

7 – como o grupo se refere a outros grupos de práticas diferentes;

8 – a relação do grupo com a comunidade próxima fisicamente ao local de encontro;

9 – como é a inclusão de crianças, idosos e doentes no grupo;

10 – como é o tratamento dado àqueles que não podem contribuir financeiramente;

11 – como o ou a dirigente do grupo fala de si mesmo. Essa pessoa fala em seu nome assumindo a responsabilidade por seus atos ou sempre em nome de alguma divindade? E como os integrantes o tratam: como pai/mãe, com reverência, medo, estima, como um igual ou um ser superior. Às vezes é necessário ver além das palavras: o que o dirigente come é o mesmo que os participantes? Onde ele dorme? Ele mesmo garante seu sustento ou é sustentado pelo grupo? Ele tem um trabalho convencional ou vive do grupo? Ele contribui de igual maneira que os integrantes? Ele dirige seu carro ou é levado? Coloca a “mão na massa” ou direciona os outros que efetivamente limpam, organizam, preparam a comida ou os demais afazeres.

12 – o acesso a esse dirigente é livre ou possui intermediários? Você pode convida-lo para algo, estar próximo, bater papo, ou isso é só para escolhidos ou deve seguir um caminho super complexo. Geralmente as estruturas desses grupos e das religiões são bastante hierarquizadas mas podem ser mais ou menos centralizadas. É interessante observar se todos os integrantes são estimulados a ter autonomia (responder perguntas, sugerir tarefas, questionar, ensinar uns aos outros, pensar o futuro da organização) ou se existe uma centralização na figura do líder ou de alguns líderes que tem a real autonomia decisória do grupo.

13 – A pessoa dirigente de um grupo é extremamente importante, assim como os conselhos que tomam decisões (no caso de grupos maiores). Ela dará todo o tom do trabalho espiritual, observe-a com atenção e busque uma conversa franca e presencial com essa pessoa. Quando você participa de um grupo, você está dizendo para si mesmo e para o mundo que concorda com os princípios desse grupo e dessa pessoa que o representa.

14 – Que segredos você precisará guardar e de quem. Todo o grupo possui segredos: ensinamentos para iniciados, crenças que acreditam que não serão aceitas pela comunidade, substâncias ilícitas ou mesmo lícitas e outras práticas que não querem que sejam abertas a comunidade por seus motivos. Você está disposto a manter esses segredos? Muitas vezes guardar essas informações pode te afastar de sua família ou de seus amigos que não pertencem ao grupo ao mesmo tempo que te aproximam do grupo. Você está disposto a isso?”

De tempos em tempos é bom conferirmos esses itens”.

Fonte: Sheylli Caleffi

 

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