A percepção de que todos estamos interligados é decisiva para a nossa sobrevivência
“Estou plenamente convencida de que precisamos de uma nova ética. Vivemos numa civilização que prioriza o mundo público e desvaloriza o trabalho do mundo privado. Mas muito da vida acontece no mundo privado.
E essa nova ética é essencialmente feminina, ligada ao princípio feminino, porque é inclusiva. O patriarcado nos ensina a excluir, a separar, a diferenciar e a julgar quem é melhor, quem é pior, quem está certo, quem está errado. A nova ética tem de ser baseada na inclusão porque a percepção de que todos estamos interligados é decisiva para a nossa sobrevivência.
Tem de ser uma ética que valorize o que acontece no mundo privado e focada no cuidado. O patriarcado se caracteriza pelo descuido. Nós passamos rapidamente pelas coisas, sem um olhar um pouco mais atento, um pouco mais cuidadoso. Tudo que não é público ou grandioso não é visto como importante”.
Depoimento de Marisa Sanabria