A poesia de Mary Oliver sobre a jornada
Para tempos difíceis, poesia como remédio. Da poeta americana Mary Oliver, nunca publicada no Brasil. Quem traduziu esse poema foi Wagner Miranda.
A jornada
Um dia você finalmente descobriu
o que tinha de fazer e então começou,
mesmo que as vozes que te rodeavam
continuassem vociferando
péssimos conselhos –
mesmo que a casa inteira
começasse a estremecer
e você sentisse a velha fisgada
em seus calcanhares.
“Redima minha existência!”
clamaram as vozes.
Mas você não se deteve.
Sabia o que tinha de fazer,
mesmo que o vento a perseguisse
com seus dedos enrijecidos
com todas as suas forças,
mesmo que a melancolia por eles possuída
se mostrasse aterradora.
Já era tarde o suficiente,
e a noite, tempestuosa
e a estrada, repleta de galhos caídos
e pedras pelo caminho.
Porém lentamente,
ao deixar aquelas vozes para trás
as estrelas começaram a brilhar
através dos lençóis de nuvens,
e lá estava ocultada nova voz
que lentamente reconheceste como sua,
que se manteve em sua companhia
enquanto adentrava a passos largos
no mundo,
determinado a fazer
a única coisa que poderia fazer –
determinado a salvar
a única vida que pôde salvar.
Que belo poema! Eu as acompanho aproximadamente há 4 anos. Cada post é uma pílula de amor para mim. Passei por uma gestação linda enquanto me deliciava com seus textos… Depois pela perda tardia dessa bebê… O luto… As brigas com os Deuses e Deusas… Eis-me aqui, sempre… Em minha jornada… Sempre bebendo da sabedoria de vocês e compartilhando essa sabedoria com minhas irmãs sagradas. Grata pela generosidade em compartilharem tão belas palavras, ideias, livros, filmes, tudo… Um beijo no coração de cada uma!
Carol querida, muito obrigada por suas palavras!
Um grande beijo
Cris
Estava eu rezando e pedindo para Ele me mandar algumas palavras de conforto/direção, logo me veio a cabeça abrir o computador e ler o texto que apareceria nessa página (acompanho vcs desde que começou o blog)., eis que leio esse poema lindo e reconfortante para eu continuar o que estava fazendo, apesar das `vozes ao redor`.
Poesia é mesmo remédio para a alma, não é Lara? E obrigada por sua companhia!
Beijos
Cris