O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

George Hillyard

É impressionante ver como muitas avós marcam a vida das netas como fontes de apoio, exemplo e inspiração. No trecho abaixo Jung fala desse arquétipo, e a condutora de círculos Soraya Mariani relata sua experiência pessoal com a avó:

Soraya – “Minha facilidade de lidar com pessoas, além de ser uma característica da minha natureza, foi incentivada por essa infância lúdica ao lado de uma avó que possibilitou o contato com muita gente. Ela foi superimportante na minha vida! Minha avó foi sempre muito afetiva e acolhedora. E isso tem muito que ver com o círculo de mulheres. As pessoas buscam no círculo esse acolhimento, esse afeto”.

A psicoterapeuta americana Naomi Ruth Lowinsky (apud Zweig, 1994, p. 137) fala da importância das avós para as mulheres: “O significado psicológico da avó é um aspecto de um padrão arquetípico ao qual dou o nome de linhagem materna. A psique de uma mulher se organiza em torno de uma conexão central com uma continuidade feminina e da capacidade de parir do feminino. A mulher, que é tanto mãe como filha, avó e neta, carrega em sua experiência vivida esse mistério central do feminino”.

As avós evocam as imagens da Velha Sábia ou da Bruxa, figuras que existem em todas as tradições mitológicas e em nosso imaginário coletivo. Jung (2012, p. 107) afirma: “[…] todas as qualidades fabulosas e misteriosas desprendem-se da imagem materna, transferindo- se à possibilidade mais próxima, por exemplo, à avó. Como mãe da mãe, ela é “maior” que essa última. Ela é propriamente a “Grande Mãe”.

 Fonte: Círculo de Mulheres – as novas irmandades, Ed Ágora, Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro