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Existe “destino”?

Liz Greene é psicóloga, astróloga e a criadora do tarô Mitológico que muita gente conhece. Pensadora consistente, é  autora de vários livros nos quais aborda temas que hoje estão sendo tratados com muita superficialidade. O trecho abaixo está em seu livro “A Astrologia do destino”, minha sugestão de livro de hoje.

“A astrologia, ao lado do tarô, da quiromancia, da cristalomancia e talvez também do I Ching que agora se estabeleceu firmemente no Ocidente, são os modernos mensageiros da antiga e digna função de vidência.

Essa tem sido, desde tempos imemoriais, a arte de interpretar as intenções obscuras e ambíguas dos deuses, embora possamos chamar isso agora de intenções obscuras e ambíguas do inconsciente, e está voltada para a apreensão de kairos, o “momento certo”.

Jung usou o termo sincronicidade com relação a essas coisas, como um meio de tentar lançar luz sobre o mistério da coincidência significativa — quer se trate da coincidência de um acontecimento externo aparentemente não relacionado com um sonho ou estado subjetivo, ou de um acontecimento com o esquema de cartas, de planetas, de moedas.

Mas seja qual for a linguagem que usemos, a psicológica ou mítica, a religiosa ou “científica”, no cerne da adivinhação está o esforço para interpretar o que está sendo ou foi escrito, quer expliquemos esse mistério pelo conceito psicológico de sincronicidade ou pela muito mais antiga crença no destino. (…)

Pelo que tenho observado nos meus pacientes e clientes astrológicos, não há dúvida de que existe algo — quer o chamemos de destino, Providência, lei natural, karma ou inconsciente — que se vinga quando suas fronteiras
são transgredidas ou quando não encontra respeito ou empenho na relação, e que parece conter uma espécie de “conhecimento absoluto” não só sobre o que a pessoa precisa, mas ainda sobre o que ela irá precisar para o seu desenvolvimento na vida.

Essa coisa parece fazer as mais singulares e espantosas combinações, aproximando uma pessoa de outra ou provocando uma situação externa justamente no momento certo, e dá a impressão de fazer parte tanto do homem subjetivo quanto do homem objetivo.

Não tenho a pretendo de saber o que “ela” é, mas estou francamente disposta a chamá-la de destino. E sou de opinião de que se compreendêssemos melhor essa coisa, teríamos condições de prestar muito mais ajuda aos nossos clientes, sem falar de nós mesmos”.

Liz Greene, Astrologia do destino

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