O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Gastando demais, ganhando de menos


A relação entre o jeito que gastamos dinheiro e nossas condições psicológicas nem sempre são claras. 
Para falar disso trago novamente aqui  um texto de Colette Dowling, que mostra como essas questões estão ligadas a um importante processo de empoderamento de nossas vidas.

“Eu era incapaz de parar de gastar. Estava sempre perdendo, jamais ganhando. Nunca conseguiria nivelar entradas e saídas; nunca poderia criar um equilíbrio entre ambas. Depois de um tempo, comecei a ver que toda essa história de conferir talões de cheques era uma metáfora. Não fazer a conferência era uma forma de evitação. Eu gostava de não saber de quanto dinheiro dispunha, pois assim podia persistir em não assumir responsabilidade alguma pelas conseqüências de meu comportamento.
  
Manter os talões de cheques atualizados não constitui apenas uma boa política financeira: é uma boa política emocional. Significa manter um contato dia a dia, ou até momento a momento, com a realidade. Significa não deixar uma explosão de raiva irromper sobre as crianças ou sobre o homem com quem vivo. Significa não deixar as coisas rolarem quando estou deprimida, mas parar, sentar-me e verificar a situação: o que está acontecendo aqui? Para onde estão indo minhas energias? De onde está vindo minha satisfação? A energia que estou despendendo corresponde ao montante de satisfação produzida, ou há um desnível? Estou gastando mais do que recebo? Se é assim, como posso obter mais?
Questões como estas são parte de um processo auto-regulador. Tento ser minha própria conselheira. Aposso-me da responsabilidade por minha felicidade ou infelicidade, em vez de transferir essa responsabilidade para outrem. A conferência constante de minha “conta psíquica” reduz a possibilidade de eu reter um quadro distorcido e irrealista das coisas. Sei quais são meus “fundos”, porém também conheço minhas limitações. Tendo delimitado essas realidades, consigo estabelecer objetivos e prioridades significativos, e viver realisticamente no presente.  

A conferência constante de minhas ações e atitudes implica meu engajamento concreto na vida, a ativação de minha mudança e crescimento, em vez de uma espera de que “algo aconteça”.                                        

Colette Dowling, livro Complexo de Cinderela, p. 268
post de Bia Del Picchia

       

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