O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Jung e a consciência

Algumas considerações do mestre Jung sobre a consciência.

Só através da consciência é que se realiza a discriminação entre experiência interior e exterior e só pela consciência é que um homem pode saber que está ligado com o objeto exterior em detrimento do interior e vice-versa.

… o homem é indispensável à perfeição da criação e, ainda mais, é o segundo criador do mundo; é o homem que dá ao mundo, pela primeira vez, a capacidade de ser objetivo – sem poder ser ouvido, devorando silenciosamente, gerando, morrendo, abanando a cabeça através de centenas de milhões de anos, o mundo se desenrolaria na noite mais profunda do não-ser, para atingir um fim indeterminado. A consciência humana foi a primeira criadora da existência objetiva e do significado: foi assim que o homem encontrou seu lugar indispensável no grande processo do ser.

É isto o que costuma acontecer na época em que se atinge o meio da vida; a natureza singular do ser humano força desse modo a passagem da primeira metade da vida para a segunda. O estado em que o homem era apenas um instrumento de sua natureza impulsiva se transforma em um estado diverso, no qual o homem já não é um instrumento, mas passa a ser ele mesmo – a natureza se torna cultura, e o impulso, espírito.

O inconsciente é a mãe da consciência.

(…) somos forçados a substituir nossa confiança nos acontecimentos naturais por decisões e soluções conscientes. Cada, problema, portanto, implica a possibilidade de ampliar a consciência mas também a necessidade de nos desprendermos de qualquer traço de infantilismo e de confiança inconsciente na natureza.
Apenas na consciência algo pode ser corrigido. O que é inconsciente permanece inalterado. Se quisermos provocar alguma alteração, precisamos passar para a consciência os fatos inconscientes, a fim de podermos submetê-los a uma correção.

Sua maior tarefa (do homem) deveria ser tomar consciência daquilo que, provido do inconsciente, urge e se impõe a ele, em vez de ficar inconsciente ou de com ele se identificar. Porque nos dois casos ele é infiel à sua vocação, que é criar consciência. À medida que somos capazes de discernir, o único sentido da existência é acendermos a luz nas trevas do ser puro e simples.

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