O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Livros de viagens, viagens de livros

A gente acha que livro serve mais para viajar na imaginação, mas, na cola do post de 7/11 da Cris sobre os livros, quero contar uma maravilhosa viagem que fiz em 2006, inicialmente inspirada por um dos livros que ela citou: O CAMINHO DE AVALON- Os mistérios femininos e a busca do Santo Graal, da Jean Shinoda Bolen.

Já no planejamento da viagem eu ampliei o roteiro, acrescentando outros lugares – literários, paisagísticos, artísticos e históricos – que me interessavam. Uma coisa boa do planejamento é que você viaja na cabeça antes de por o pé no avião; outra é que você faz um programa que fica com a sua cara.

Depois, durante um mês eu embarquei de corpo e alma nessa Jornada. Começando no frio Mar do Norte em Inverness, atravessei boa parte da Escócia e a Inglaterra, com esse e outros livros na mão, idéias na cabeça, mochila nas costas e passagem de trem na bolsa.

Hoje trago algumas fotos dessa viagem para, quem sabe, inspirar alguém na mesma trilha, que talvez seja mais de peregrino que de turista. Só lembro que nossas leituras podem nos levar longe, mas nem sempre é necessário ir longe para buscar o Reino de Avalon, que talvez possa ser aqui no Brasil mesmo.

Rio Ness, onde aposto que de fato habita um monstro

Clava Cairns, sítio megalítico de milhões de anos, constituída de vários círculos com dolmens e formas arredondadas, que lembra “uma passagem vaginal para um circulo uterino” Absolutamente impressionante, coisa da Grande Mãe.

Findhorn, comunidade multicutural alternativa, fundada na década de 60 e onde mora nossa entrevistada Bettina.

 
Rosslyn, capela do sec XV, feita pelos Templários e cheia de estranhas figuras mitológicas. Reza a lenda que, enterrado sob a nave, está o Santo Graal. Pertence ainda hoje à família Sinclair, que Dan Brown diz ser descendente de Cristo no seu livro O Código da Vinci.
Esculpido em um dos altares há um nítido milho, vegetal que só seria conhecido na Europa bem mais tarde, quando a América foi descoberta.
 
Ao lado, duas fotos de bosques, com árvores anciãs, onde olhando bem se pode ver elfos e druidas.
E Edinburgo, uma das mais belas cidades da Europa, cheia de fantasmas e de esplendida cerveja.
 

Algumas casas de escritores e poetas: a de Jane Austen, em Bath (Orgulho e preconceito)
Chalé de William Wordsworth, o grande poeta da natureza (Como nuvem eu vogava, passando montes e prados, quando súbito avistava narcisos mil e dourados….) em District Lake, no centro da Inglaterra.
Numa pequena vila difícil de chegar, a casa  soturna e assustadora como os romances das Irmãs Bronte (Emily – O morro dos ventos uivantes, Charlotte – Jane Eyre).

 Apartamento de Sherlock Holmes – e quem vai dizer que ele não existiu? E a casa de Shakespeare, que dispensa apresentações

Glastonbury, cidade da qual Jean mais fala, sede das lendas do Graal. Nas ruas, pequenas lojas de tarô, encantamentos e coisas parecidas são tocadas por mulheres de cabelos vermelhos e meias coloridas – em alguns casos, uma perna de cada cor.

Tor, a torre medieval que restou de uma igreja dedicada a São Miguel, desabada devido a um inusitado terremoto, por alguns atribuído à ofendida Deusa Mãe. Diz-se que há um túnel por baixo que é portal para um mundo inferior, e que por lá passa uma das poderosas linhas de força da Terra.

Jardim do Poço do Cálice , a fonte de águas vermelhas devido ao ferro que contém, chamada de Fonte do Sangue ou Poço do Sangue. Caminhos em espiral percorrem o jardim de macieiras e numa arvore, em papeis brancos, colocamos nossos pedidos.
E a Abadia, onde na Idade Média um monge encontrou dois corpos enterrados, que afirmou serem do Rei Arthur e de Guinevere

Stonehendge, famoso monumento megalítico

Hever Castle, onde Ana Bolena teve sua breve vida de rainha antes de ser decapitada pelo marido Henrique VIII. Deve ter cruzado esse lugar, e dizem que ecos de misteriosos passos são ouvidos por lá.
Cambridge, nada mais inglês, tanto o de antigamente quanto o moderno de Harry Potter

A ultima foto é de um Labirinto, um dos inúmeros que existem espalhados por jardins de castelos na Inglaterra, nos quais se perder é uma enervante delicia.
Aliás, como em qualquer viagem. Recomendo!
 Texto de Beatriz Del Picchia

6 comentários

  1. Eu e a Bia formamos mesmo uma formidável parceria!
    Eu não gosto de viajar (só na cabeça e imaginação), mas viajo com ela nos seus relatos e fotos.
    Por exemplo,essa viagem peregrinação já fiz com a Jean Bolen, com a Marion Zimmer Bradley e com a Bia!
    Cris

  2. Eu amo viajar, tanto na forma física, quanto na formar espiritual (imaginação) amo conhecer novos lugares, só que tem, uma pequena diferença de viagens curtas, onde se faz uma pequena estadia e após toma o caminho de casa (as vezes eu faço assim, também) mas gosto de viagens que me levem a uma cidade, lá moro por uns anos, e depois sigo para outro lugar. Amo, conhecer cidades, seus costumes, sua gastronomia. Amo!

  3. Lucia disse:

    Belas fotos e belo relato! Nada como viajar para nos lembrar constantemente de como é ser estrangeiro, não é mesmo?
    Beijos e boa sorte com os eventos do próximo mês!

  4. Ana Nazaré disse:

    Nossa, vc foi, que DEMAIS! É meu sonho, poder fazer essas viajens culturais, mitológicas, em meio a natureza e histórias, vou salvar esse post com carinho para poder pesquisar mais dpois! Poxa, esse blog de vcs é DMAIS, são tantas coisas lindas e interessantes compartilhadas, não parem, ele é lindo, com certeza é o blog do Brasil mais lindo que visito, obrigada e parabéns por esse trabalho!

  5. Bia, que delícia reler seu relato e reviver momentos tão sagrados. Vamos de novo? Bjs

    1. biapicchia disse:

      Sim delicia de viagem!

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