O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Mais uma história de Iemanjá

Olodumare, que vivia só no Infinito, estava cansado da própria solidão. Decidiu pôr fim àquela situação e libertou todas as suas forças. A violência delas gerou uma enorme tormenta. As águas começaram a bater em rochas, abriram grandes cavidades nelas e foram enchendo as fendas, formando os mares e os oceanos. A Terra surgiu do que sobrou da inundação.

Na superfície do mar, perto das areias, nasceu Iemanjá, vestida de azul e prata, coroada pelo arco-íris Oxumaré e cercada de algas, estrelas-do-mar, peixes e corais: ali ela fez seu reino.
E tudo o mais que existe na Terra foi criado com a ajuda dela, de seus filhos orixás e de outros orixás primordiais, como Aganju, seu irmão e mestre dos vulcões, e Ocô, que fertilizou os campos permitindo o nascimento das ervas, flores, frutos, árvores e florestas.

Iemanjá tem grandes seios, e eles e sua vulva são considerados sagrados. De seus seios nascem rios e mares, bem como o leite que alimenta seus filhos orixás e seus filhos homens. Quando os humanos recém-nascidos ficam um pouco maiorzinhos, Oxum, que os protege até então, entrega-os à Iemanjá, que passa a ser sua protetora até o final da adolescência. Iemanjá é materna, mas não superprotetora, é mãe que educa e disciplina.

Além das crianças humanas, Iemanjá também está associada aos espíritos e entidades infantis, como os Ibejis (orixás crianças, representados pela figura de pequenos irmãos gêmeos e em alguns lugares sincretizados como Cosme e Damião).

Trecho do livro O LEGADO DAS DEUSAS

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