O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

O Feminino e os Livros: O VERÃO SEM HOMENS

O VERÃO SEM HOMENS foi escrito pela americana de ascendência norueguesa Siri Hustvedt e publicado pela Companhia das Letras em 2013. 

Esse foi mais um livro que, nas minhas andanças pelas livrarias, me chamou atenção pela capa – achei feminina e de uma simplicidade bela e pelo título. Pelo nome do autor não sabia se era homem ou mulher e nem de longe pensei que fosse de uma mulher americana. Depois descobri que Siri é uma das mais conceituadas autoras americanas contemporâneas e já tem vários de seus livros publicados no Brasil. 

O VERÃO SEM HOMENS conta a história de Mia, uma filósofa e poeta de 55 anos, casada há 30 anos com Boris, um neurocientista e tem com ele uma filha adulta. De repente ele pede uma “pausa”no casamento deles e como conta Mia a “pausa” tem 20 anos menos que ela, é francesa e colega de laboratório do marido. Aí, Mia literalmente enlouquece: vai passar uns dias em uma instituição psiquiátrica, onde é diagnosticada com transtorno psicótico transitório. O livro começa aí. 

Quando sai da clínica, depois de uma semana, não consegue ficar em seu apartamento em Nova Iorque e resolve passar o verão em sua cidadezinha natal, onde mora sua mãe viúva, num condomínio para idosos. Lá aluga uma casa e resolve também oferecer uma “oficina poética”para meninas pré-adolescentes. 

O livro cobre esse período da sua vida, esses três meses, onde vai se envolver com as mãe e suas grandes amigas também muito idosas, as 7 meninas entre 12-13 anos para quem vai dar a oficina e uma vizinha com idade para ser sua filha, que tem dois filhos bebês e um casamento e um marido problemáticos. 
Além disso também mantém constante contato telefônico com sua terapeuta e é visitada pela irmã e pela filha: só mulheres, daí o título do livro. 

Tudo o que vive, especialmente suas experiências sobre a velhice a a morte com sua mãe e as amigas e com um episódio de bulling que acontece entre as meninas para quem está ensinando poesia, além do problema com seu casamento, a fazem se transformar profundamente nesses 3 meses. 
Ela “revolve”, repensa e redefine tudo! 

O livro é todo contado na primeira pessoa, trazendo como narrador a personagem Mia, que conta o que lhe acontece factualmente, assim como o que sente, todo seu mundo e tumulto emocional e todas suas reflexões sobre si, o colapso do seu casamento, seu passado, o futuro, suas experiências, o que é ser mulher, sobre poesia, filosofia, etc, etc. 
Algumas vezes, inclusive a personagem-narradora se volta ao leitor/a e fala direto conosco. 

Pode parecer que com o enredo que resumi acima o livro seja pesado, triste, depressivo. Muito pelo contrário, é muito divertido! Foi escrito (e muito bem escrito) com uma fina e cortante ironia e ao mesmo tempo com um olhar compassivo para com a vida. Mia é uma personagem interessantíssima de uma mulher sofrida, mas madura, realista, bem-humorada, inteligente, culta, nunca trágica ou amarga. 
É um belo retrato de mulher madura e da sua jornada de transformação.

Texto de Cristina Balieiro

2 comentários

  1. Bom dia amei o post e o livro tbm!
    quando puder retribuir a visitinha da uma passadinha la nomeu blog
    Beijos!!
    http://maria-pensutti.blogspot.com.br/

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