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Os convites de Isis, a poderosa deusa egípcia

                              Isis – cheriea

Isis é irmã e esposa de Osíris, que foi morto pelo irmão Set. Set despedaçou o corpo de Osíris e o espelhou pelo mundo em 14 pedaços para não ser recomposto. Mas Isis saiu a procura dos pedaços, e depois de uma boa jornada encontrou 13 pedaços e conseguiu recompô-lo mesmo assim. Ela conseguiu fazer Osíris ressuscitar, mas faltando o decimo quarto pedaço: seu falo.

Então Isis modelou um falo usando limo negro do Nilo e sua própria saliva, teve relações com ele e assim concebeu o filho Hórus. Durante toda sua infância Isis o manteve escondido para protege-lo de Set (semelhança com a infância de Jesus que também é perseguido por Herodes). Quando cresceu, Hórus conseguiu vencer Set e quer matá-lo, mas Isis não permite que ele faça isso. Furioso, Hórus arranca a coroa de deusa da mãe. Mas ela jamais perde a majestade; é a maior deusa do Egito.

Sendo a deusa da cura, morte e renascimento, Isis ajuda a curar as patologias, fazendo morrer os papeis mal resolvidos e personas impostas pelo sistema cultural e induzindo a uma vida nova. Nesse sentido eram feitos rituais dedicados a ela no Egito, na Grécia (as vezes com outros nomes), em Roma e durante a Idade Média, na qual Isis tinha a forma de Madonas Negras ou deusas ligadas às arvores. Sua imagem de Madona com o filho indica a vida nova que renasce através dela.

Ela convida e ajuda homens e mulheres a se desenvolver:

Para o homem pedindo para “sacrificar sua exigência infantil se quiser estabelecer uma relação mais real entre ele e a mulher… daí seu amor não será uma exigência de satisfação infantil, mas sim uma emoção que reconhece a individualidade de outra pessoa” 

Para a mulher pede que “sacrifique o desejo e/ou a aceitação de servir de mãe ao companheiro, que “sacrifique o filho” em termos mitológicos parando de identificar com ele em termos psicológicos e para si mesma a sacrificar sua superioridade de doadora para finalmente assumir e viver sua vida e emoções por si mesma. É dessa forma que seu renascimento acontece, curando todo sistema que nos envolve”.

Fonte: livro Os mistérios da mulher, de Esther Harding

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