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Os signos do zodíaco na mística judaica


Achei muito interessante esta correlação entre os símbolos astrológicos e o judaísmo. No universo simbólico, assim como no material, parece claro que tudo está relacionado mesmo, e este artigo mostra como essas duas antigas tradições conversam. Veja mais abaixo que o judaísmo não duvida da validade da influencia dos astros sobre os humanos, mas sobrepõe a Torá a ela. São maneiras de ver o(s) mundo(s)… A fonte deste post , que dedico à nossa amiga astrologa Titi Vidal, é o site de Glorinha Coen,que por sua vez a coletou da Revista Morashá, edição nº 30, setembro de 2000.

Sobre a relação entre os símbolos do zodíaco e o judaísmo:
Já que o nosso calendário é lunar, e os símbolos do zodíaco correspondem ao mês lunar, então cada um dos nossos meses corresponde a um desses símbolos. Isto não ocorre por acaso, como é possível perceber em alguns exemplos. O primeiro mês do ano, Nissan, o seu signo é capricórnio – carneiro – e, justamente no mês de Nissan, sabemos que há o cordeiro pascal; o carneiro é o mês do corban de Pessach. É o mês no qual nós também vencemos os egípcios, que adoravam e veneravam este animal.
O segundo mês do ano é touro. Observando bem, podemos notar que os dois primeiros meses do ano são animais. Isto porque nestes dois meses trabalhamos com a nossa alma animal a fim de melhorar a nossa má inclinação para receber a Torá no terceiro mês, que é o mês de Sivan, gêmeos. E gêmeos, que são dois, representam a comunicação, a outorga da Torá, o casamento entre D’us e o povo de Israel, que muitas vezes seus amores são semelhantes a gêmeos. Gêmeos também representa a Torá escrita e a Torá oral, pois a Torá sempre foi dupla, e foi outorgada por uma dupla, Moshé e Aaron, parecidos como gêmeos.
O signo do sexto mês, o mês de Elul, é virgem, que representa a pureza, o branco, a santidade. O mês de Elul é exatamente o mês da pureza, da teshuvá, do retorno a D’us. O mês no qual fazemos os preparativos para Rosh Hashaná.
O mês seguinte é balança, Tishrei, quando D’us julga a humanidade e coloca os nossos atos em uma balança e realmente decide como será o próximo ano.

Segue-se Cheshvan, cujo símbolo é escorpião, um inseto que vive nas águas. Cheshvan, de fato, é o mês do dilúvio, quando começou a famosa inundação que quase destruiu a humanidade. Sabemos que, em hebraico, escorpião é acrav, que se escreve também acar beit, aquele que destrói a casa, destrói o mundo. O dilúvio quase destruiu o beit, o universo.
E poderíamos prosseguir com cada um dos meses para demonstrar como eles correspondem entre si.
Aliás, temos dois destes símbolos do zodíaco que estão no plural: gêmeos, que é o mês de Sivan, e peixes, o mês de Adar. Peixes vivem na água, um símbolo de pureza e Adar é o mês da festa de Purim, o mês da volta, da pureza, do retorno a D’us na época de Mordechai. Adar, entretanto, possui o símbolo no plural porque de vez em quando subdivide-se em Adar I e Adar II. Por isto o signo de peixes, no plural, é mantido para ambos os meses, quando ocorre um ano bissexto, com 13 meses.
Os nossos sábios nos dizem que quando Yaacov e Essav resolveram dividir a sua influência sobre os meses, Yaacov escolheu Nissan e Iyar, carneiro e touro, enquanto Essav ficou com Tamuz e Av, câncer e leão. Como vimos, estes são meses difíceis para o nosso povo, são meses nos quais os descendentes de Essav – Roma – causaram uma grande aflição para o povo de Israel. Ocorre que no mês de Sivan ambos têm a mesma influência. Por isso, o signo é gêmeos, pois Yaacov e Essav eram irmãos gêmeos.”

Sobre a influência dos astros e o povo judeu:
O Zohar, livro básico da Cabalá, menciona algo muito interessante. Diz que: “O povo de Israel ficou sob a influência dos astros até a outorga da Torá no Monte Sinai. A partir do momento em que recebeu a Torá, o povo deixou de depender das estrelas e constelações. Obviamente, quando alguém se afasta dos caminhos da Torá, volta a receber esta influência natural dos astros.”

Isto fica claro nas palavras dos nossos sábios: “Ein mazal leIsrael”, ou seja, o povo de Israel não depende do mazal e das constelações. Cada um continua com o seu livre-arbítrio. Através da oração e dos bons atos é possível modificar o mazal (influência astral) para o bem. A melhor prova bíblica disto está no fato de o próprio Abraão, pai da nação judia, ter visto nas estrelas que não teria filhos. D’us elevou-o acima das estrelas e mostrou-lhe que Abraão teria filhos, como de fato nasceu já na sua velhice o segundo patriarca, Isaac.”

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