O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Prática de percepção: TOCAR-SE


A Dama toca o chifre do Unicórnio.

Corpo e alma foram separados na nossa cultura, e precisam ser reunidos como estão a Dama e o Unicornio. Então, ao tocar o nosso corpo tocamos simultaneamente nossa alma.
 A ideia destas práticas simples é prestar atenção às nossas sensações corporais e percepções, e conectá-las a nosso mundo interno. Se quiser mais informações sobre isso, clique AQUI
 Não é preciso ter feito as práticas anteriores para fazer a de hoje, que consiste em:
1.AFASTAR OUTROS ESTÍMULOS E CONCENTRAR-SE SÓ NISSO. Não mexer nem olhar para o computador, celular, televisão, desligar o som, não falar.
2. TOCAR ALGUMA(S) PARTE(S) DO PRÓPRIO CORPO COM TODA ATENÇÃO, SENTINDO SUAS CARACTERISTICAS. Dá para fazer essa pratica em qualquer lugar, até na fila do banco, tocando em nosso braço, por exemplo. O truque aqui é tentar perceber essa parte do corpo como se o tocássemos pela primeira vez. 
3.DAR QUALIDADES AO QUE É TOCADO, PERCEBER OS SENTIMENTOSque isso nos traz e FAZER ASSOCIAÇÕES EMOCIONAIS. Eu sigo mais ou menos o roteiroabaixo, mas não é preciso responder nem se preocupar com todas essas questões. Outra opção é se concentrar em apenas uma ou duas das perguntas.
4. DURAÇÂO: ALGUNS MINUTINHOS
Se notar que está fazendo considerações estéticas convencionais (tipo “estou flácida, gorda, etc”), pare!Não é por aí que nossa Dama nos guia. Mas se tiver ideias eróticas, sem problema. Isso faz parte tanto do corpo quanto da alma…
E se a gente perceber que está se tocando com mais carinho, OBA! Se notarmos que nosso corpo é bacana, que tem uma vida em sí mesmo e que é confortável estar nele, OBA OBA!  Estamos tocando a Dama em nós mesmas!
Roteiro -Que parte do corpo resolví tocar primeiro? Ela é mais ossuda ou tem mais carne? É macia, dura, lisa, enrugada, tem veias, saliências? É grande, pequena? Dá para sentir o peso só dessa parte? Dá vontade de correr a mão, de ficar parada ou de trocar de posição? Estou “sentindo-me” (prestando atenção) mais na mão que toca ou na parte que é tocada? O que sinto em relação a essa parte do corpo? Estou com um pouco de aflição, medo, prazer, curiosidade? Isso traz lembranças de outra época, lugar, pessoa? Evoca alguma ideia, palavra ou imagem? Tenho alguma sensação interna como uma pequena dor, câimbra, pontada, tremor? Quero parar, continuar, experimentar mais?
Para ilustrar, coloquei mais abaixo um pequeno e inspiradíssimo poema de Alice Ruiz sobre isso – texto abaixo do  vídeo com a Zélia Duncan declamando.

Era uma vez
uma mulher que
via um futuro grandioso
para cada homem
que a tocava.
Um dia
ela se tocou.

3 comentários

  1. OI Beatriz!

    Estou adorando esta série de práticas de percepção e o poema da alice Ruiz é lindo!
    Bjs

  2. Cristiane, que bom que vc gosta, eles são uteis para mim tb. E a Alice Ruiz é uma senhora poeta e haicaista, bjs!

  3. Anônimo disse:

    Queridas…saudade… que a poesia preenche!!! Linda mensagem numa voz que torna mais bela cada palavra. Parabéns. Beijinhos, Neiva Bohnenberger

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