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Quais aspectos da sua personalidade estão na luz e quais estão na sombra?

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A astróloga e psicoterapeuta Liz Greene propõe um pequeno exercício para descobrir isso. Ela também explica brevemente a diferença entre o que é um erro ou defeito e o que é sombra em termos junguianos. 

“Gostaria que vocês todos fizessem um pequeno exercício.

Percam alguns minutos pensando no tipo de indivíduo que mais os irrita. Pode ser um tipo genérico de pessoa, ou alguma em particular que conheçam e que os aborreça. Comentem o seguinte em mente por um instante: o que, nesse individuo, vocês acham tão difícil?

Também gostaria que pensassem nas pessoas do seu próprio sexo que vocês tendem a idealizar. Se for um tipo genérico, conservem-no na mente. Se for alguém em particular, tentem perceber o que os fascina, que qualidades essa pessoa tem que vocês acham tão maravilhosas.

Em terceiro lugar, reflitam um pouco sobre algum determinado grupo racial ou coletivo a respeito do qual vocês tenham qualquer tipo de preconceito, ou a respeito do qual tenham opiniões preconcebidas nas suas conversas. Também podem considerar qualquer grupo coletivo que vocês tendam a idealizar ou romantizar, que lhes pareça absolutamente maravilhoso ou heróico, digno da dedicação de uma vida.

O tema desta palestra é “Quais aspectos da personalidade estão na luz e quais estão na sombra”. Os pontos que pedi a vocês que considerassem estão muito ligados a esse tema.

Quando Jung escreve sobre a sombra, deixa muito claro que ela não significa os erros da pessoa. A questão da luz e da sombra não lida com essas áreas pessoais em que sei que não sou tão maravilhoso quanto deveria ser, ou onde tenho plena consciência do meu problema.

Como se pode ter consciência desses pequenos defeitos pessoais e falar livremente sobre eles, mesmo que haja uma espécie de ligeiro embaraço, não há um problema profundo. É, antes, um tipo de desculpa superficial: “Desculpe, sou desse jeito.” São coisas, a nosso respeito, que aceitamos em maior ou menor grau.

Mas Jung escreve sobre a sombra como um profundo problema moral. O que pertence à sombra não pode ser visto, e é por isso que a experiência da sombra muitas vezes se parece com o que a pessoa define como mau, repelente, detestável. A sombra pode implicar partes nossas que absolutamente não desejamos possuir”.

O tipo de pessoa e de grupos que te irritam, ou que te antagonizam, e o tipo de pessoa e de grupos que idealiza é a pista para a sombra porque “há algo muito estranho sobre a relação entre o que amamos e o que detestamos. Com muita freqüência, é a mesma coisa, de uma forma ligeiramente diferente. Se você pegar essas duas imagens do que idealiza e do que despreza e colocá-las lado a lado, pode ver que ambas têm a mesma raiz. É a mesma figura usando uma roupagem diferente”.

Fonte: Liz Greene, Luz e Sombra

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