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A história de Lilith – parte 1


Lilith é uma divindade muito arcaica e complexa, que foi mudando de identidade com o passar do tempo. Na verdade, há tantas versões controversas sobre sua história e origem, que mais confundem que trazem compreensão sobre quem ela foi / é do ponto de vista mitológico. E conforme os valores patriarcais foram se afirmando, a figura de Lilith foi sendo transformada, adquirindo características demoníacas e de maneira cada vez mais acentuada. Com tantas mudanças de personalidade mítica é mais correto colocá-la em duas tradições diferentes sem continuidade entre elas.

Hoje acredita-se que Lilith era originalmente uma deusa suméria chamada Belit-iti ou Belili. Os Sumérios, um dos povos que habitaram a Mesopotâmia, construíram uma das primeiras e mais sofisticadas civilizações do Mundo Antigo. Foram eles, por exemplo que desenvolveram a primeira linguagem escrita, a cuneiforme, há cerca de 3000 ac.

Nos mitos mais antigos, Lilith ou Belit-iti, era a principal auxiliar da deusa Inana, a maior divindade da Suméria. Dizia-se que era Lilith quem conduzia os homens aos rituais sagrados do hiero-gamos, nos templos de Inana*. Além disso era uma deusa que protegia os bebês, especialmente em seus primeiros dias de vida, além de zelar pelas mulheres durante os trabalhos de parto.
Contava-se que Lilith vivia num salgueiro às margens do rio Eufrates. O salgueiro era uma árvore sagrada na Suméria que, de acordo com os mitos, havia sido plantada pela própria Inana. O animal sagrado de Lilith era a coruja e quando se ouvia seu pio sabia-se que ela estava por perto.

Trechos do livro O LEGADO DAS DEUSAS 2

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