O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Aparecida

Devido ao recente ataque a NS Aparecida recoloco partes de um post já publicado aqui. Talvez os  acontecimentos do dia 12 de outubro tenham servido para deixar evidente o imenso grau de violência, maldade, hipocrisia – e o desejo de agressão às mulheres em geral, de acordo com o que a autora deste livro Lucy Penna afirma sobre outra agressão (menor que essa!) feita anos atrás à nossa Madona Negra. Ela ainda fala sobre o descontrole violento que a negação desse feminino causa numa sociedade, como estamos vendo hoje. Ela não fazia previsões, mas parece…

“… O ataque não ofendeu apenas à santa católica, maculou a imagem do Feminino que Aparecida representa. Sua presença no culto católico, embora supostamente utilizada para controle dos fiéis, marca com clareza a valorização da mulher em suas funções como companheira, esposa, mãe, amiga, irmã e parceira de trabalho na sociedade (…) deixa entrever o desejo inconsciente de agredir as mulheres brancas, negras, mulatas e morenas do país, talvez por medo do poder do Feminino. Um medo gestado na imaturidade da ignorância.

Aparecida é uma Madona Negra, um arquétipo que pertence ao inconsciente coletivo há milênios. Seus atributos positivos são criatividade, energia telúrica, força emocional, inclusividade materna, aceitação do mistério bem como sabedoria para dar luz aos conteúdos inconscientes.

Os atributos negativos da Madona Negra se revelam quando uma pessoa ou um grupo social reprimem a expressão do inconsciente, desprezando os símbolos, os sonhos, a imaginação, a intuição. Então, a sexualidade e a agressividade tornam-se descontroladas. A violência irrompe sob qualquer pretexto e a sexualidade adultera-se pela obscenidade sombria, porque os instintos estão pervertidos”.

Fonte: Aparecida do Brasil, Lucy Penna, Ed Paulus