O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Indicação de livro: Zenzele – uma carta para Minha Filha


“Zenzele – uma Carta para Minha Filha” de J. Nozipo Maraire, do Zimbábue, é o primeiro livro que indico aqui nessa aventura literária pela África que tem sua edição esgotada (é de 1996) e só se consegue comprá-lo em sebos ou no site da Estante Virtual. Soube dele em minhas pesquisas pela internet, gostei da sinopse e resolvi comprar: ainda bem! J. Nozipo Maraire é uma neurocirurgiã muito conceituada, formada em Harvard e Columbia e pós-graduada em Yale, ganhou vários prêmios nessa área, atua em diversas organizações internacionais, faz também palestras ligadas a literatura por diversos lugares no mundo, mas só escreveu esse livro. O livro foi eleito “O notável do Ano” do New York Times, foi best-seller do Boston Globe e publicado e traduzido para mais de 14 idiomas. A própria Maraire disse na época: “Desde que escrevi o livro … conheci muitos jovens africanos que me disseram que é a primeira vez que lêem um livro em que se reconhecem, a geração de crianças que fez a transição da pré-independência para a luta pela independência e a era pós-independência. Estamos perdidos entre a cultura tradicional africana e a cultura moderna. Não sabemos como incorporá-las, e não existem modelos. O mundo é tão ocidental e queremos manter o nosso identidade central”. Eu adorei o livro! Ele tem um formato diferente dos outros que li: é uma longa carta escrita de uma mãe para a filha, então traz essa atmosfera de intimidade, ternura e verdade, mesmo falando de tradições, história, lutas, questões políticas, sociais e papel da mulher. É um dos livros que mais gostei até agora.

Segue a sinopse: “Avessa à submissão e ao sentimento de inferioridade, Zenzele parte para o exterior para cursar uma universidade e assim desprender-se de uma forte tradição tribal, de seu conturbado país e mergulhar numa cultura diferente. Atenta aos perigos desta separação, a mãe de Zenzele resolve escrever, de forma poética, uma carta para sua filha na esperança de transmitir-lhe as tradições e a sabedoria de seu povo. Zenzele vê diante de si não apenas o retrato de uma mulher forte, seus amores e desilusões e, através dele, a guerra, o racismo, a alienação, a amizade, a separação e a morte, mas também retratos de homens e mulheres que moldaram a sua própria história e a de seu país, o Zimbábue.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.