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Indicação de livro: O alegre canto da perdiz


Achei o livro “O alegre canto da perdiz” da moçambicana Paulina Chiziane extraordinário. De todos os mais de 20 livros de autoras africanas que já li nessa minha jornada literária, foi o que achei com a linguagem mais poética, com as imagens e metáforas mais belas. Como ela mesma fala,  é uma contadora de histórias, uma grande contadora de histórias. E esse livro tem uma forma de escrita que lembra uma fábula, um mito, um conto de fadas contado, cantado para ouvintes encantados. Para mim, apesar de trazer temas tão duros como escravidão, colonização, racismo, pobreza o livro é encantador. Paulina ganhou, pelo conjunto de sua obra,  em 2021 o prêmio Camões, o mais importante prêmio literário para escritores em língua portuguesa. Editora Dublinense

Segue a sinopse: “Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance (Balada de amor ao vento, 1990), mas eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.” PAULINA CHIZIANE Delfina é uma mulher negra cujo grito de liberdade está sempre sufocado. Sujeita às vontades do marido negro ou do amante branco, enfrenta as dificuldades de criar uma família multirracial e buscar o sustento em um cenário de casamentos por encomenda, de venda do corpo por quase nada. Misturando imaginação e misticismo, a prestigiada escritora moçambicana Paulina Chiziane apresenta um retrato poderoso e peculiar da sociedade e da mulher africana.

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