O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Irmandade feminina

             Irmandade – pinterest

Irmandade, sororidade – esse tipo de relações femininas não toxicas é o antidoto para a rivalidade entre mulheres que o patriarcado tanto reforça e estimula.  Nesse pequeno trecho a autora fala sobre a relação entre irmãs de sangue e como ela se estende para as irmãs de alma.

“Considero “irmandade” a expressão adequada para descrever os relacionamentos íntimos entre mulheres adultas porque assim se transmite uma real intimidade baseada numa experiência precoce de dar e receber recíprocos.

As irmãs reais da infância são, em certo sentido, as nossas primeiras mães substitutas, mas nunca esperamos delas o amor absoluto que, no início, associamos com a nossa mãe.

… Se pudermos nos lembrar de que estamos aqui para ser irmãs umas das outras, não para ser ou ter mães, abre-se diante de nós a possibilidade de uma outra espécie de relação. A virada de mães para irmãs, como Freud percebeu, é como a virada de deusas para mulheres humanas, uma transição do sagrado para o profano no âmbito da relação.

…Podemos conhecer a outra pessoa como um ser humano com imperfeições e carências — tal qual nós. Quando não esperarmos mais que ela seja capaz de responder a todas as nossas necessidades, que seja apenas boa, não nos sentiremos mais traídas quando ela não responder e não for só boazinha.

Embora possamos não ser irmãs “de sangue”, não termos sido paridas pelo mesmo útero, acredito que as mulheres podem descobrir sua irmandade como algo dado às suas vidas.

… Existe espaço no seio da irmandade para as semelhanças e para as diferenças, para as diferenças sutis que desafiam e deleitam. Existe espaço para as decepções e para as surpresas”.

Espelhos do Self – Christine Downing (org)

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