O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Suas crenças te expandem ou te limitam? – Parte 2


Como disse no post da semana passada o mundo em que vivemos é o mundo percebido e não o real (a realidade como fato inconteste e imutável não existe). O que percebemos é totalmente imerso em nossas crenças. E quanto mais não nos dermos conta disso e mantivermos “nossa verdade” como verdadeira, mais vivemos dentro de um mundo ilusório e determinado em larga escala por essa cultura dominante, em muitos aspectos nefastas e não humana.

Vivemos um capitalismo que beira a irracionalidade e que nos vê em primeiro lugar como consumidores, e não como pessoas, nem sequer como cidadãos. Consequentemente nos estimula a ver a nós mesmas e aos outros como mercadorias, que devem ostentar um alto “padrão de qualidade” para serem valorizados. O valor do indivíduo no mundo é seu valor de mercado.
É também fortemente disseminada por essa cultura de que precisamos de coisas, muitas coisas para sermos felizes: aliás, quanto mais coisas mais felicidade! Para isso precisamos trabalhar de forma insana, sem tempo para mais nada, para acumularmos cada vez mais coisas sofisticadas, caras, de “última geração”, e assim chegarmos cada vez mais perto da felicidade plena. É outra falácia absurda: coisas não nos fazem felizes, podem quando muito nos alegrar temporariamente. Não se trata de pregar o ascetismo, mas de ter clareza do que de fato é necessário para uma vida confortável, sem ser fisgado pela ideia de que serão coisas que vão preencher nossa sede de alma, de afeto e de significado. E não cair no erro de achar que a grande meta da vida é ganhar cada vez mais dinheiro para poder gastar cada vez mais. Não restringir a vida ao binômio trabalho-consumo e com isso não ter tempo de viver toda a gama de experiências que ela pode nos proporcionar. Afinal, o que faz nossa vida ser de fato rica, interessante e instigante são as experiências que vivemos.

Apesar de serem crenças que só nos prejudicam, estamos imersos nessa cultura e elas são constantemente reforçadas por serem disseminadas entre a grande maioria das pessoas. Somos também bombardeadas de forma incessante pelas instituições que se sustentam dessas crenças. É preciso um esforço consciente e forte para nos distanciarmos o suficiente dessa visão, ganharmos perspectiva e ver que ela é só isto: uma visão da realidade, e não A realidade. Precisamos tomar consciência dessas crenças para sabermos se que remos permanecer com elas ou trocar por outras que falem mais à nossa essência! Se criamos realidade com nossos pensamentos e crenças, podemos transformá-la ao mudar nossa visão. Mudar não é nada fácil, porque exige remar contra a maré, mas é a única forma de criarmos uma vida mais plena de alma e sentido.

Trechos do livro O LEGADO DAS DEUSAS (volume 1)

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