As mandalas da holística Hildegard de Bingen
Nascida em 1098, Hildegard foi uma curadora, estudiosa de ervas medicinais, artista, poeta, musisista, filosofa, escritora, mística e holística monja beneditina – resumindo, uma gênia. Santa, ainda por cima. Olha como ela descreve uma de suas visões:
“Quando eu tinha quarenta e dois anos os céus se abriram e uma luz ofuscante de excepcional fulgor fluiu para dentro de meu cérebro. E ela incendiou todo o meu coração e peito como uma chama, não queimando, mas aquecendo… e subitamente entendi o significado dos livros, Salmos, Evangelhos, Velho e Novo Testamentos” (…) E uma voz disse: “Oh mulher frágil, proclama e escreve o que vês e ouves”
Ou seja, ela teve um contato com o divino (na verdade teve muitos, esse foi um só deles) e tinha que escrever. Se não escrevesse ficava doente, e dizia ser uma punição por desobedecer a voz.
Mas ela foi muito além disso. Naquela época em que se dizia que o corpo era ruim e pecador ela defendia o oposto, afirmando que os sentidos existiam para a gente conhecer o mundo e através dele a Deus.
Então, como o corpo era importante, ela foi estudar as ervas curativas e tornou-se uma curadora! Até hoje seus desenhos e escritos sobre ervas são apreciados.
Além disso, naquela época de desvalorização das mulheres ela insistia que a culpa do pecado original não era só da Eva e escrevia e desenhava imagens femininas cheias de grande poder, especialmente representando a Sabedoria como feminina.
Respeitada filosofa, ela tinha essa característica muito original: integrava tudo isso numa perspectiva holística como de pensadores contemporâneos tipo Fritjof Capra. Suas belíssimas mandalas, creio eu, mostram a integração entre seus vários dons e como eles estão de fato conectados.
Hildegard é meio que madrinha de movimentos ecológicos, pacifistas e holísticos modernos. Uma mulher forte que seguiu sua bliss – benaventuraça, missão, vocação – vinda da Fonte. Se quiser saber mais, tempos atrás a Cris fez outro post com bastante informações sobre ela, clique aqui: Hildegard
Lindo, amei !
gostei desta leitura sobre o sagrado feminino.