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Ceres, o pão e a cerveja


Ceres era a deusa romana da terra cultivada, da agricultura e dos cereais: a própria imagem da Mãe Terra provedora de alimentos. Como deusa regente das regras agrícolas, foi ela quem instruiu a humanidade sobre os ciclos da Terra e as técnicas do arado, do plantio e da colheita. Também foi ela que ensinou os mistérios da transformação dos grãos em pão – o principal alimento dos povos antigos – e em bebidas fermentadas.

Era Ceres quem fazia os grãos e os frutos amadurecerem para poderem ser colhidos, sendo a responsável pela qualidade e quantidade das colheitas. Para isso contava com o auxílio de doze pequenas divindades encarregados de aspectos específicos da lavoura. Como a grande mãe nutridora da humanidade, contar ou não com suas bençãos podia significar tanto a abundância de alimentos quanto ter que lidar com a fome da população.
Os animais sagrados de Ceres eram a porca, um símbolo da fertilidade, o cavalo por seu papel na agricultura e a cobra que, por viver junto a terra, é profunda conhecedora de seus segredos.

Habitualmente, a deusa era representada como uma mulher madura, de cabelos claros caindo sobre os ombros numa uma clara referência aos campos de grãos maduros. Era comum que uma coroa de espigas de trigo coroasse sua cabeça, assim como a papoula, símbolo de fecundidade. Em suas mãos carregava a foice de corte, um instrumento da agricultura e a cornucópia, símbolo da abundância ou um cesto cheio de grãos, frutas e flores.

A palavra Ceres possui raiz indo-europeia e significa crescer ou criar; é dela que deriva a palavra cereal. Ceres também é relacionada à cerveja, que em latim é grafada cervisiae, batizada pelos romanos em homenagem à deusa.

Trechos do livro O LEGADO DAS DEUSAS 2

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