O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Dia do trabalho: feriado para mulheres “comemorarem” que trabalham mais e recebem menos?

Fico chocada quando ouço gente dizendo que “agora que já conquistamos o mercado de trabalho nós mulheres podemos repensar nossas posições de luta nesse campo…”

Mas como assim, já conquistamos?!? Veja uma lista abaixo os direitos que de fato ‘conquistamos’ e diga se não precisamos mais lutar por igualdade:

 

O direito de trabalhar muito mais que os homens : 

A diferença entre a carga de trabalho de mulheres e homens aumentou – em 2005 nós trabalhamos 6,9 hs/semana a mais que os homens e em 2015 a diferença saltou para 7,5 hs/semana a mais que eles. Enquanto isso, a média de dedicação dos homens às tarefas domesticas continuou a ser de 10 hs/semana. Somando todas as atividades, os homens trabalham 46, 1 hs/ semana e as mulheres 53,6. – Dados da Folha de 6/02/2017

 

O direito de receber menos pelo mesmo trabalho, até em países avançados: 

Pesquisa divulgada esse ano pela revista britânica The Economist mostrou que a diferença de salário média entre homens e mulheres ainda é de 15% — o que significa que mulheres recebem 85% do que homens recebem no fim do mês. Mas as médias escondem uma grande variação entre os países. Os países nórdicos lideram disparados quando se trata de igualdade de gênero no trabalho. As quatro primeiras posições deste ano pertencem à Islândia, Suécia, Noruega e Finlândia. Na outra extremidade do índice estão Japão, Turquia e Coreia do Sul.– Dados do Globo.com

 

O direito de trabalhar mais no mercado informal e contar com pouca ou nenhuma proteção das leis: 

A ONU destaca que a maioria das mulheres trabalha no setor informal; muitas são mal pagas, não tem segurança social e ainda sustentam o peso do trabalho doméstico.  Em relação a leis trabalhistas,
apenas 67 nações têm legislações contra a discriminação de gênero no ambiente de trabalho. Já em 18 países, os maridos podem proibir, por lei, suas mulheres de trabalhar. – Dados de The Hiffington Post 8/3/2017

 

O direito de arcar sozinha com o sustento de sua família e ser mais atingida pelo desemprego: 

Segundo o IBGE, em 1991, 18% das famílias brasileiras eram chefiadas por mulheres e atualmente esse percentual é de 25%. Segundo dados da OIT, o desemprego atinge 6,2% da população feminina, ante 5,5% da masculina. Os dados da OIT revelam ainda que as mulheres estão mais suscetíveis a trabalhar menos horas pagas e mais tempo no trabalho não remunerado.– Dados de portalpravaler.com.br 16/maio/2016

 

O direito de ser discriminada no mercado de trabalho para altos postos tanto do setor privado…: 

Mulheres são apenas 10% no Brasil nos comitês executivos de grandes empresas. A desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres nesta categoria é maior que no mercado de trabalho como um todo”, afirma a economista do IBGE Cristiane Soares. Na média, a mulher ganha 76% do salário dos homens. Nos cargos de gerência e direção, essa proporção vai para 68%. Quanto mais altos o cargo e a escolaridade, maior a desigualdade de gênero…. Dados de www.jcrs.uol.com.br de 13/03/2017

 

 Como também do setor público brasileiro:

O problema de subir em cargos na Justiça é quando as indicações determinam a ascensão na carreira. E isso fica claro ao olhar os números. Entre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que são indicados pelo presidente da República, há somente duas mulheres. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), dos 33 ministros, seis são mulheres. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), há seis mulheres entre os 27 ministros. Na administração pública, 39,7% são mulheres. O que não acontece no topo. Os cargos comissionados, os chamados DAS (Direção e Assessoramento Superior) tem uma exclusão sexual clara. No DAS 1, que paga R$ 2.467,90, as mulheres representam 44,9%. Quando se vai para a outra ponta, os DAS 6, com salários de R$ 15.479,92, a participação da mulher cai para 21,7%. – Jornal do Comércio – Dados de www.jcrs.uol.com.br de 13/03/2017

Com isso, desejo a todas e todos um feliz Feriado do Dia do Trabalho e, irmãs, a luta continua!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.