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Iemanjá e a maternidade – parte 1


Lições sobre a maternidade da Nossa Grande Mãe Africana: Iemanjá

Com a supervalorização do conhecimento científico e a existência de especialistas em tudo, uma das funções mais femininas do mundo, a maternidade, vem sendo recoberta de tantas camadas de saber especializado, de normas ditadas por “autoridades”, que muitas de nós, ao termos um filho, sentimos que somos completamente ignorantes em como lidar com nossa criança. São tantas prescrições, regras e conselhos, muitas vezes contraditórios entre si, que geram confusão e muita
ansiedade nas mulheres que viram mães. Muitas se sentem apavoradas, fragilizadas e incompetentes para exercer esse papel. Vive-se uma maternidade cheia de culpa, medo e insegurança. Essa situação usurpa o poder da mulher como poucas outras!
Não podemos negar a importância da puericultura, da pedagogia, da psicologia infantil e de outras ciências que nos ajudaram a entender o cuidado com a infância, bem como melhorá-lo: seria ridículo negar essas conquistas.
No entanto, como Iemanjá mostra, é na barriga dela que os filhos são gestados, é por sua vulva que eles são paridos, são seus seios que os alimentam, ou seja, a mulher que gesta e pare filhos tem um saber instintivo sobre como cuidar de sua cria. É esse saber que vem sendo descartado, desconsiderado ou até completamente negado.
É preciso resgatar e legitimar essa sabedoria que parece vir das entranhas da mulher e que pode fazer com que ela assuma o cuidado dos seus filhos com muito mais segurança e serenidade.
Não é negar o saber das autoridades e nem dos especialistas, mas assumir o saber instintivo, intuitivo e visceral da mãe. É colocar no devido lugar a importância crucial da conexão mãe e cria como uma fonte de saber.

Trecho do livro “O legado das deusas”

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