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Indicação de livro: A autobiografia da minha mãe


Dessa vez fiz um pequeno desvio na minha jornada de ler escritoras africanas ou de origem africana, mas que saíram da África não por conta da escravidão, e sim porque elas ou suas famílias imigraram recentemente para a Europa ou América do Norte. Quando li a sinopse do livro “Autobiografia da minha mãe” da escritora caribenha Jamaica Kincaid fiquei bem interessada, comprei o livro e li. Confesso que nunca tinha ouvido falar da autora o que é meio absurdo. Jamaica Kincaid tem origem africana de povos escravizados, mas nasceu em Antígua e Barbuda, em 1949. Ganhadora de diversos prêmios literários, entre eles o Prix Femina e o PEN Faulkner, foi uma das cotadas a ganhar o prêmio Nobel de literatura em 2020. Mora nos Estados Unidos e dá aulas de história africana e afro-americana na Universidade de Harvard.
Diferentemente das outras escritoras que li nessa viagem literária pelas escritoras da África, bastante focadas em contar uma história (o que amo) Jamaica tem uma linguagem mais voltada para as sensações, impressões e sentimentos da personagem principal. Os acontecimentos externos são todos descritos pelas reverberações no mundo interno da narradora. Confesso que gosto mais de uma boa história, mas sua linguagem é tão crua, mas tão extremamente bonita e poderosa que adorei o livro!

Segue a sinopse: Poderoso, perturbador e emocionante, este romance de Jamaica Kincaid conta a história de Xuela Claudette Richardson, filha de mãe caribenha e pai meio escocês e meio africano, moradora da ilha de Dominica. Sua mãe morre no parto, e a garota precisa então encontrar seu lugar no mundo sem o auxílio materno.
Kincaid conduz o leitor pela vida de Xuela com extrema habilidade literária: da casa de sua infância, onde ela podia ouvir o canto do mar, e da sala com telhado de zinco onde mora como estudante, até sua casa da velhice. Seu mundo é intensamente físico, cheirando a frutas maduras, enxofre e chuva; e ferve com sua tristeza, sua profunda simpatia por aqueles que compartilham sua história, seu medo do pai e sua solidão arrebatadora.
Com solenidade aforística, Kincaid explora todos os paradoxos desta história extraordinária, que, conclui Xuela, é ao mesmo tempo o testamento da mãe que ela nunca conheceu, da mãe que ela nunca se permitiu ser e dos filhos que ela se recusou a ter.
“Jamaica Kincaid nos brinda com uma reflexão assombrosa sobre a vida, escrita com a prosa mais bonita que podemos encontrar na literatura contemporânea.” ― The New York Times

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