O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Indicação de livro: A odisseia de Penélope

Como falei no último post, uma nova viagem literária vem me fascinando. Depois de percorrer o maravilhoso mundo da ficção contemporânea africana, especialmente a criada por escritoras, no começo desse ano meio que descobri a “releitura” feminina e feminista feitas por mulheres dos grandes clássicos mitológicos gregos. O primeiro que li foi “A odisseia de Penélope” de Margareth Atwood. Atwood dispensa apresentações! Nesse livro Penélope conta ou reconta sua história do seu ponto de vista e não dos feitos heroicos de seu marido Odisseu (ou Ulisses na versão latina). E Atwwod escreve com muita ironia e sagacidade, desmontando se certa forma a imagem heroica de Odisseu e a imagem passiva e dependente de sua protagonista. E Penélope continua contando as aventuras dela e de Odisseu após suas mortes e reencarnações. O livro é muito divertido e faz pensar muito a questão do que são feitos heroicos. Indico a leitura, especialmente para quem gosta da linguagem metafórica e irônica.

Segue a sinopse: “Agora que todos os outros perderam o fôlego, é minha vez de fazer meu relato.” Na Odisseia de Homero, Penélope – mulher de Odisseu e prima da bela Helena de Troia – é retratada como a esposa fiel por excelência, e sua história é tida como um exemplo de fidelidade e da obediência feminina ao longo dos tempos. Deixada sozinha por vinte anos, quando Odisseu sai para lutar na Guerra de Troia após o sequestro de Helena, Penélope consegue, em meio a rumores escandalosos, assegurar o reino de Ítaca, criar Telêmaco, seu filho rebelde, e manter distância de mais de cem pretendentes .Quando Odisseu finalmente chega em casa, após sobreviver aos desafios do mar Egeu, vencer monstros horripilantes e dormir com deusas, ele mata todos os pretendentes de sua esposa – e, de maneira ainda mais espantosa, doze de suas criadas. Em uma surpreendente releitura contemporânea de uma das maiores obras da Antiguidade, Margaret Atwood decide dar voz a Penélope e suas doze criadas enforcadas para responder duas grandes perguntas: Qual o real motivo dos enforcamentos? E o que Penélope estava realmente planejando? Ao reimaginar o episódio, a autora se utilizou de várias fontes – já que a Odisseia de Homero não é a única versão da história – para criar uma obra ao mesmo tempo inteligente, bem-humorada e reflexiva. Em A odisseia de Penélope, Atwood subverte a narrativa original e concede a sua heroína uma nova vida e realidade, e se propõe a dar uma resposta a um antigo mistério.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.