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Indicação de livro: Menino Mamba-Negra


“Menino Mamba-Negra” é o segundo livro que leio de Nadifa Mohamed, nascida na Somália e que cresceu e mora na Inglaterra. Já li vários livros nessa jornada literária pela África onde a personagem principal é uma menina: esse é o primeiro onde o protagonista é um menino, Jama. Parece-me que sua história tem semelhanças com a história do pai da autora. Jama é um personagem adorável: esperto, corajoso, destemido e muito afetivo, ao mesmo tempo. Ele é chamado de Goode por sua mãe, que quer dizer Mamba-negra, uma cobra grande, extremamente venenosa, nativa de partes da África Subsaariana. No romance a mãe tem uma experiência mística com essa cobra durante a gravidez de Jama e, por isso, acredita que o menino terá um destino grandioso. O livro cobre a fantástica, muitas e muitas vezes dolorosa viagem de Jama do Iemen, voltando a Somália de onde partiram, passando por vários países da África, até chegar ao Reino Unido e então de volta para a Somália. Isso de 1935 até 1947! Trás a visão de como a segunda guerra mundial envolveu e impactou profundamente a vida dos africanos, muitas vezes suas grandes vítimas. Adorei Jama e indico o livro.

Segue a sinopse: Áden, Iêmen, 1935. Uma cidade vibrante, viva, cheia de perigos ocultos. E lar de Jama, um garoto de dez anos que se vê sozinho no mundo após a morte inesperada de sua mãe. Para chegar à Somália, terra natal de seus ancestrais nômades, o menino cruza o Mar Vermelho. A guerra está no horizonte e as forças fascistas italianas que controlam partes da África Oriental estão se preparando para a batalha, mas Jama não pode descansar até descobrir se o pai, ausente de sua vida desde que ele era bebê, está vivo em algum lugar. Assim começa uma jornada épica que levará Jama ao norte através de Djibouti, Eritreia e Sudão, países devastados pela guerra, até chegar ao Egito. De lá, a bordo de um navio transportando refugiados judeus recém-libertos dos campos de concentração, o garoto segue através dos mares para a Grã-Bretanha. Esta história da longa caminhada de um garoto em busca de liberdade também é a história de como a Segunda Guerra Mundial afetou a África e seus povos; uma história sobre sentir-se deslocado e, no fim, encontrar-se novamente. Nomeada uma das melhores romancistas britânicas pela Granta em 2013, Nadifa Mohamed foi finalista do Booker Prize de 2021 com o livro The fortune men.

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