O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Indicação de livro: O mundo se despedaça


“O mundo se despedaça” é a primeira exceção que fiz nessa minha jornada pela literatura africana feminina; foi escrito por um homem, o nigeriano Chinua Achebe. Ele é um autor muito elogiado, considerado um dos maiores escritores africanos do século XX e por isso resolvi abrir essa exceção e fiz muito bem! Assim como Chimamanda e Buchi Emecheta de quem falei no meu último post, Chinua Achebe também pertence a etnia igbo e nesse romance ele se debruça nas tradições e vivências igbo, mas no momento ainda tribal, onde a colonização e cristianização, forças indissolúveis,  estavam apenas começando. E como toda literatura africana que tenho lido, e já são 26 romances, estamos diante de um exímio contador de história! Super recomendo. Companhia da Letras

Segue a sinopse: O mundo se despedaça conta a história de um guerreiro chamado Okonkwo, da etnia ibo, estabelecida no sudeste da Nigéria, às margens do rio Níger. O momento que a narrativa retrata é o da gradual desintegração da vida tribal, graças à chegada do colonizador branco. Os valores da Ibolândia são colocados em xeque pelos missionários britânicos que trazem consigo o cristianismo, uma nova forma de governo e a força da polícia. O delicado equilíbrio de costumes do clã vinha sendo mantido por gerações, mas então atravessa um momento de desestabilização, pois os missionários europeus e seus seguidores, africanos convertidos, começam a acorrer às aldeias de Umuófia pregando em favor de uma nova crença, organizada em torno de um único Deus. A nova religião contraria a crença nas forças anímicas e na sabedoria dos antepassados, em que acreditam os ibos. Além disso, os homens brancos trazem novas instituições: a escola, a lei, a polícia. Okonkwo, o mais bravo guerreiro do clã, é dos principais opositores dos missionários, mas ele não contava com a adesão à nova crença de muitos de seus conterrâneos, vizinhos e companheiros de aldeia. Entre eles está ninguém menos que seu primogênito, Nwoye. Também aderem à religião do homem branco aqueles que foram marginalizados pela sociedade tradicional, os párias ou osus, as mulheres, os jovens sem perspectiva. Como escreve o diplomata e estudioso das literaturas africanas Alberto da Costa e Silva, no prefácio ao livro, o romance de Achebe é uma das obras fundadoras do romance nigeriano contemporâneo. Segundo ele, o livro “narra a desintegração de uma cultura, com a chegada do estrangeiro, com armas mais poderosas e de pele, costumes e ideias diferentes”. Mas, para o ensaísta, Chinua Achebe, que escreve em inglês,”é cidadão de uma Nigéria criada pelo colonizador” e sabe que a “História não é boa nem má, nascemos dela, de seus sofrimentos e remorsos, de seus sonhos e pesadelos”. O romance é considerado um dos livros mais importantes da literatura africana do século XX e fundador da moderna literatura nigeriana. Foi publicado originalmente em 1958, dois anos antes da independência da Nigéria. Primeiro romance do autor, foi publicado em mais de quarenta línguas.
“Chinua Achebe é um escritor mágico – um dos maiores do século XX.” – Margaret Atwood “Uma imaginação vívida ilumina cada página […] Um romance que enxerga a vida tribal de um ponto de vista interno, genuíno.” – Times Literary Supplement

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.