Indicação de livro: Os filhos de Jocasta
Esse foi o primeiro livro que a inglesa Natalie Haynes escreveu recontando grandes mitos gregos sob a ótica das mulheres, mas foi o último lançado no Brasil, todos pela editora Jangada. Já indiquei os outros dois: Olhar Petrificante, onde conta a história da Medusa e Mil navios para Troia sobre a guerra de Tróia e o que acontece com as mulheres envolvidas. Em Os filhos de Jocasta, assim como nos outros livros Natalie se mostra uma grande escritora, com maestria no uso da linguagem, com passagens comoventes e também com uma fina ironia, além de um vasto conhecimento dos mitos e das tragédias gregas antigas. Os filhos de Jocasta se baseia e subverte totalmente as tragédias de Sófocles: Édipo Rei e Antígona. Foca a história em Jocasta e na filha caçula do casal, Ismênia. Mais um livro imperdível para quem gosta de mitos e visão feminina e feminista.
Segue a sinopse: Jocasta tinha apenas 15 anos quando foi obrigada a se casar com o rei de Tebas, um velho que nunca vira antes. Inesperadamente, torna-se viúva. Agora livre para escolher o próximo marido, ela se une ao belo e jovem Édipo. Quando surgem rumores de um escândalo inconcebível, a própria sociedade que outrora apoiara Jocasta parece determinada a destruí-la. Ismênia tinha a mesma idade quando foi atacada no palácio que ela chamava de lar. Desde o dia da morte trágica dos pais, aquele era o único lugar em que se sentia em segurança. À medida que uma competição política letal se aproxima dela, Ismênia deverá descobrir a raiz dessa trama – e revelar a verdade sobre a maldição que consumiu sua família. Depois desses dois acontecimentos, uma tragédia foi colocada em ação. Mas não da forma como você a conhece… Os Filhos de Jocasta retrata a vida de duas mulheres esquecidas nas tragédias mais importantes de todos os tempos da mitologia grega: Édipo Rei e Antígona. Pelo olhar de Jocasta – a mãe/noiva de Édipo, e sua filha mais nova Ismênia, Nathalie Haynes traz uma reimaginação feminista dessas peças clássicas gregas, transformando em heroínas aquelas que estavam fadadas a ser meras espectadoras da própria tragédia.