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Indicação de livros: O silêncio das mulheres e Mulheres de Troia


No romance O silêncio das mulheres e em sua continuação, Mulheres de Troia, a escritora inglesa Pat Barker vai recontar a Ilíada/A guerra de Troia sob a ótica das mulheres. A protagonista é Briseida, uma rainha de um dos reinos ligados a Troia que é oferecida a Aquiles como prêmio e que se torna sua escrava. Esses dois romances, diferentes dos outros ligados aos mitos gregos e recontados por escritoras contemporâneas que já indiquei em outros posts é mais realista, menos fantasiosos, com menos interferência dos deuses. Mostra muito mais a dura realidade da guerra para todos, mas muito especialmente para as mulheres. São super bem escritos e a personagem Briseida é sensacional! E os livros são luxuosos, com capas dura e em relevo. Indico os dois com prazer.

Segue a sinopse de O silêncio das mulheres: Quando sua cidade cai para os gregos, Briseida vê sua vida se despedaçar: de rainha a prisioneira; de mulher livre a pessoa escravizada, ela é concedida a Aquiles, o herói e semideus/guerreiro, como prêmio de combate. E não está sozinha. No mesmo dia, e em muitos outros no decorrer de uma longa e amarga guerra, inúmeras mulheres são arrancadas de suas casas e lançadas aos combatentes. A Guerra de Tróia é conhecida como uma briga entre homens por causa de uma mulher que foi roubada de sua casa e levada pelo mar. Mas e as outras mulheres dessa história que foram silenciadas? O que elas falavam enquanto estavam sozinhas, na lavanderia, no tear ou preparando os corpos mortos? Neste magnífico romance mitológico, Pat Barker traça a jornada de uma mulher que luta para se libertar e escrever sua própria história durante a história de guerra mais conhecida do mundo.

Segue a sinopse de Mulheres de Troia: Troia finalmente caiu. Os gregos venceram sua guerra sangrenta e podem retornar para casa vitoriosos, tudo o que precisam é somente de um bom vento para encher suas velas. Contudo, o vento desapareceu; os deuses vingativos acalmaram os mares, e dessa forma os guerreiros permanecem em um limbo – acampados à sombra da cidade que destruíram, na companhia das mulheres que roubaram dela, as mulheres de Troia. Helena, pobre Helena, teve toda sua beleza e graciosidade transformadas em um osso roído pelo qual cães selvagens brigavam. Cassandra, que aprendeu a não se apegar às próprias profecias, só acreditava nelas quando um homem as proferisse. A teimosa Amina, com o olhar ainda fixo nas torres arruinadas de Troia, e determinada a vingar o assassinato de seu rei. Hécuba, que uivava e arranhava as próprias faces na praia silenciosa, como se pudesse fazer seus gritos serem ouvidos nos sombrios salões do Hades. E Briseida, que carregava no ventre o filho do falecido herói Aquiles, e via-se mais uma vez envolvida nas disputas de homens violentos e confrontada com a chance de moldar a história. Magistral e de ressonância duradoura, ambicioso e íntimo, Mulheres de Troia continua a extraordinária releitura de Pat Barker de um dos nossos maiores mitos clássicos, seguindo o aclamado O silêncio das mulheres.

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