Campbell costuma ser associado apenas a papo-cabeça, que não passa pelo resto do corpo. Trago hoje uma fala dele * que desmente essa ideia falsa e combina com esses tempos de entusiasmo, Copa e futebol!
MOYERS: Como você explica o que o psicólogo Maslow chamou de “experiências culminantes”, e o que James Joyce chamou de epifanias”?
CAMPBELL: Bem, elas não são a mesma coisa. A experiência culminante refere se a momentos reais de sua vida, em que você experimenta sua relação com a harmonia do ser. Minhas experiências culminantes, aquelas que eu soube que o eram somente depois de vivê-las, vieram todas de jogos esportivos.
MOYERS: Qual foi o ponto culminante de sua experiência?
CAMPBELL: Quando estava correndo em Columbia, fiz duas corridas belíssimas. No meio da segunda corrida, eu sabia que ia vencer, embora não houvesse razão alguma para acreditar nisso; de fato, eu estava estarrecido com o desempenho do líder, que seguia trinta jardas à minha frente. Mas eu simplesmente sabia, e essa foi minha experiência culminante. Ninguém pôde me derrotar aquele dia. Isso é estar em plena forma e realmente sabê-lo. Acho que nunca tinha feito algo em minha vida de maneira tão competente quanto aquelas duas corridas de que participei; foi a experiência na qual realmente estive em meu ponto máximo e consegui um desempenho perfeito.
MOYERS: Nem todas as experiências culminantes são físicas.
CAMPBELL: Não, há outras espécies de experiências culminantes. Mas aquelas são as que vêm à minha mente quando penso nisso.
* extraído do livro “O poder do Mito”, Ed. Palas Athena, pg 240.
Post de Bia Del Picchia
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Oi Bia, gosto muito dessa fala do Campbell, mostra a integração corpo-mente. Na verdade são uma única coisa, nós é que insistimos em dividir…
Quero te agradecer pela indicação que fez aqui do livro do Bear Heart “The Wind is My Mother”. Acabei de ler e adorei! Uma grande lição de vida e de caminho espiritual.
Bjs
Campbell e Bear Heart, dois mestres que sempre vale a pena ler e reler. E são conectados: Campbell dizia o quanto admirava os nativos norte americanos e sua sabedoria… Que bom que nós duas também estamos conectadas nesse caminho e uma com a outra! Obrigada e grande beijo!