O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Oração pelas velhas em formação

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Clarissa Pinkola criou orações para vários tipos de velhas. Escolhi essa porque ainda estou aprendendo quando é hora de falar e hora de calar – e quem não, né?

“Por todas as mulheres mais velhas matreiras que estão aprendendo quando chegou a hora certa de dizer o que precisa ser dito e não se calar — ou ca­lar-se quando o silêncio for mais eloquente que as palavras.

Por todas as velhas em formação, que es­tão aprendendo a ser gentis quando seria tão fácil ser cruel… que conseguem ver que podem cortar quando for necessário, com um corte afiado e lim­po… que estão praticando a arte de dizer verdades totais com total compaixão.

Por todas as que rejei­tam as convenções e preferem apertar as mãos de  desconhecidos, cumprimentando-os como se os ti­vessem criado desde filhotinhos e os tivessem co­nhecido desde sempre…

Por todas as que estão aprendendo a chocalhar os ossos, balançar o barco — e a cama —, além de acalmar as tempestades… por aquelas que são as guardiãs do azeite para a lâmpada, que se mantêm em silêncio no culto diá­rio…

Por aquelas que cumprem os rituais, que se lembram de como fazer fogo a partir da simples pederneira e paina… por aquelas que dizem as an­tigas orações, que se lembram dos símbolos, das formas, das palavras, das canções, das danças e do que no passado os ritos tinham o objetivo de ins­taurar. ..

Por aquelas que abençoam os outros com facilidade e frequência…

Por aquelas mais velhas que não têm medo — ou que têm medo — e que agem com eficácia de qualquer modo…

Por elas… que vivam muito, com força e saúde, e com um imenso espírito aberto aos ventos.”

 

Fonte: A ciranda das mulheres sábias, Clarissa Pinkola Estés

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