Outro tipo de carnaval
Há várias maneiras de passar um carnaval além de pular num bloco. E se for de gosto, tá valendo! Lembro que no carnaval de 2018 eu e a Cris estávamos escrevendo o livro Círculo de Mulheres – mas não estavamos fazendo só isso. Esse trecho do livro fala desse carnaval, e de como nós mulheres temos certa facilidade em juntar a experiencia pessoal com a abstração conceitual, de certa forma dando corpo ao espírito. E de, para o bem ou para o mal, juntar um monte de coisas para fazer, nénão?
“Para nós, mulheres, muitas vezes o particular e o pessoal se misturam nas atividades que desempenhamos.
Isso vale igualmente para nós duas, claro. Começamos a escrever este capítulo no carnaval de 2018. Como os outros, ele foi pensado e embasado em pesquisas e em sólidas referências, mas também na nossa vida cotidiana e privada: enquanto escrevíamos sobre ser avó (e ser mãe, e ser filha), nós duas vivíamos a função de avós tomando conta de nossos netos, filhos das nossas filhas. A gente contava contos de fadas e de super-heróis, cozinhava para eles, consultava livros, conversava e trabalhava neste texto – do jeito que mulher faz, um monte de coisas ao mesmo tempo.
Além disso, também nessa época fizemos um encontro de mitologias do feminino sobre mães e filhas que enriqueceu ainda mais essas reflexões. O geral e o particular, o grandioso e o miudinho, a rua e a casa, o abstrato e o concreto, os depoimentos do nosso círculo feminino, as pesquisadas, as pesquisas e as pesquisadoras estão aqui, tudo junto.
Femininamente junto”.
Círculo de Mulheres – as novas irmandades. Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro. Link no menu.