O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Pequena história sobre incertezas – Baba Yaga

Baba Yaga

Você já escutou que para se dar bem deve que ser segura de si, assertiva, saber exatemente o que quer, ter metas claras e por aí afora, não é? Bom, talvez não sempre. Acho muito interessante que a maior bruxa de todas, a Baba Yaga, parece dizer o contrário nesse trecho de uma história sua:

Quando, empenhado na busca, o primeiro jovem chegou tremendo à porta de sua cabana, Baba Yaga perguntou: “Você está aqui por conta própria ou foi mandado por alguém?”

Como a família do jovem apoiava sua busca, ele respondeu:

“Fui mandado pelo meu pai.”

No mesmo instante, Baba Yaga o jogou no caldeirão e o cozinhou. A segunda pessoa a procurá-la, uma moça, viu o fogo crepitando e ouviu a risada de Baba Yaga. Novamente, Baba Yaga perguntou:

“Você veio por conta própria ou foi mandada por alguém?”

Essa jovem tinha ido para o bosque sozinha em busca do que encontrasse.

“Vim por conta própria”, respondeu ela. Baba Yaga a atirou no caldeirão e a cozinhou também.Mais tarde, um terceiro visitante, uma moça profundamente confusa diante do mundo, chegou à casa de Baba Yaga no meio da floresta. Ela viu a fumaça e percebeu o perigo. Baba Yaga a encarou:

“Você veio aqui por conta própria ou foi mandada por outra pessoa?”

A jovem respondeu com sinceridade:

“Em parte vim por conta própria, mas em parte vim por causa de outras pessoas. Em parte vim porque você está aqui, por causa da floresta e por causa de alguma outra coisa que esqueci. E em parte nem sei por que vim.”

Baba Yaga ficou olhando para ela por um momento e disse:

“Você serve.”

E a convidou para entrar na cabana.

Fonte: Depois do Êxtase, Lave a Roupa Suja – Jack Kornfield

1 comentário

  1. Coisa boa ler um site sobre “feminino”, que não cai nesse lugar confuso de querer igualar homens e mulheres.
    São iguais em direitos, claro, em capacidades – se é que o homem não é inferior… (mas isso é outro assunto).
    No entanto, faltam lugares valorizando o valor do feminino COMO feminino… e eu sinto que isso acontece, aqui.
    Obrigado pelo lindo trabalho!

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