Quando nada sobrar, há tudo para ganhar
Eu me encantei tanto com essa poesia que quero compartilhar com vocês. No fundo de um poço, há o que agarrar – ali há uma corda, ali a chuva chega, ali a esperança surge. Traduzi livremente, o original está abaixo. A autora é Mary Potter, colhi na Sufi magazine.
Soneto 2020
Esperança – uma palavra tão frágil, como oba ou pop.
Mais frágil ainda se está ligada a um objetivo
ou construída de desejos. Você pode esperar sem ter
uma visão? Cegas, esperamos em vão.
Compare com amor – uma palavra robusta e flexível,
expansiva, querida dos místicos e papas;
mas propensa a fuinhas, mentiras, graça vulgar e surtos
de dor. Considere como ele aumenta, diminui.
Dê-me fé – essa é a palavra! – a força de confiança.
Quando está no fundo de um poço, você se agarra a uma corda,
segura firme no escuro, sem lugar para dúvidas.
Quando nada sobrar, há tudo – Tudo! – para ganhar.
No entanto, as sementes precisam de chuva para se abrir e buscar a luz.
Então, vamos deixar a esperança chuviscar e abrir bem nossa visão.
Sonnet 2020
Hope—such a flimsy word, like whee or pop.
More brittle still if tethered to a goal
or built of wishes. Can you hope without
a vision? Blinded, we have hoped in vain.
Compare with love—a sturdy, supple word,
expansive, darling of mystics and popes;
but prone to weaseling, lies, cheap grace, and bouts
of pain. Consider how it waxes, wanes.
Give me faith—that’s the word!—the brawn of trust.
When deep down a pit, you cling to a rope,
hold fast in the dark, no quarry for doubt.
When nothing’s left, there’s all—All!—to gain.
Yet seeds need rain to crack and seek the light.
Then let hope fall and open wide our sight