O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Vivendo os ciclos femininos


Com a entrada no mundo do trabalho, feito a imagem e semelhança do funcionamento masculino, as mulheres tiveram que se adaptar “na marra” e desconsiderar sua natureza lunar, mutável e cíclica. Com isso frequentemente nos afastamos de nossas próprias sensações, emoções e sentimentos e “adoecemos” de ausência do princípio feminino dentro de nós. Vivemos longe da Lua!

Temos que resgatar o respeito e honrar nossos ciclos, aceitando-os e procurando viver de acordo com eles. Com isso não estou sugerindo reconstruirmos Tendas da Lua em tudo quanto é lugar ou deixarmos o mundo externo para lá nos dias que nossa vida hormonal e psíquica assim pede, porque isso é inviável na vida que levamos.
Mas é muito possível fazer coisas boas e saudáveis a esse respeito. Podemos em primeiríssimo lugar aceitar que somos filhas não só do Sol, mas também da Lua. E que nosso caráter cíclico e mutável não é fraqueza, não é leviandade, não é desvantagem. É só uma característica que nos distingue dos homens e se bem usada pode acrescentar e enriquecer a visão das coisas e do mundo.

Em segundo lugar podemos, sem nos julgar ou brigar com isso, buscar nos momentos de refluxo energético e de desejo de introspecção, dentro do nosso possível, acessar nosso mundo interno e ver quais sinais ele nos envia. E novamente, dentro do nosso possível, atender as suas solicitações. Dessa forma em vez de lutar contra o que vem de dentro como uma forte onda, surfar nela, aproveitando o que ela traz.

Em terceiro lugar podemos buscar conhecer melhor como se comporta e se expressa nossa ciclicidade. Apesar dos ciclos femininos terem um aspecto muito parecido, são ao mesmo tempo muito individualizados. Conhecer os nossos através de uma observação atenta, gentil e cuidadosa é de tremenda ajuda para aumentar nosso autoconhecimento, estreitar nossa ligação com o feminino profundo e nos colocar a seu serviço, aproveitando melhor essa natureza cíclica que vive dentro de nós.

E em quarto lugar podemos usar rituais solitários ou compartilhados para celebrar momentos marcantes nessa nossa mutabilidade constante. Rituais são sempre bem vindos para nossa psique que fala a linguagem simbólica. Podemos em rituais, que podem ser bem singelos, não precisam de sofisticação, celebrar a Lua que vive nos céus e a Lua que vive dentro de nós.

Trechos do livro O LEGADO DAS DEUSAS 2

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